A mulher negra luta contra um sistema de dominação colonial escravagista que não lhe permitiu o direito de ser mulher, nem mãe. Perante o sistema ela apenas era uma reprodutora do sistema, pois não podia exercer sua maternidade. Assim, esse artigo visa problematizar a maternidade negada as mulheres negras no período escravagista em Salvador, no século XIX. Metodologicamente analisarei listas nominativas do censo de 1855, notícias de jornais em circulação, relatos de viajante na cidade e arquivos da Santa Casa de Misericórdia, através de teóricas do feminismo negro e decolonial, concluo que a mulher não criou novos modelos de relacionamento, às vezes até foi vítima de uma sociedade que parecia separá-las entre aquelas “para casar” e aquelas “para ter prazer”. O que parece ter ocorrido foi a criação de estratégias de sobrevivência em meio a uma sociedade de valores brancos, que lhe negou o papel de ser mulher e mãe, pois era apenas um não ser, entre os seres brancos.
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